Consumo compartilhado desponta no horizonte da sociedade

O consumo compartilhado surgiu de uma necessidade vinda tanto do nosso planeta, que está sofrendo com a escassez de recursos e o excesso de descartes, quanto da crise econômica, que faz com que as pessoas procurem formas alternativas de consumir.

Além de ser colaborativo e incentivar o fortalecimento de comunidades, essa prática faz parte de toda uma nova estrutura sócio-econômica que começa a despontar.

O que é consumo colaborativo ou compartilhado?

É um sistema sócio-econômico que defende a troca de serviços ou produtos entre indivíduos sem que haja necessariamente o envolvimento de valores monetários.

Compartilhar, emprestar, alugar e trocar são algumas das opções que compõem esse novo modelo de economia.

Ou seja, em vez de comprar um produto que você só usará de vez em quando e passará o restante do tempo guardado, o consumo compartilhado incentiva que as pessoas procurem alguém que já tenha o objeto para pedir emprestado ou mesmo façam compras conjuntas.

Por exemplo, ferramentas, acessórios de acampamento e malas de viagem são itens que, no geral, são utilizados apenas de vez em quando e, portanto, não precisam ser adquiridos de acordo com essa prática.

Existem alguns modelos que estão sendo difundidos: redistribuição ou reutilização, quando um objeto é doado ou trocado, pois não tem mais serventia para o dono original; compartilhamento de recursos, quando bens e serviços são colocados à disposição de mais de uma pessoa; valorização de experiências, quando as pessoas adquirem os benefícios, e não os objetos em si, por exemplo, músicas em vez de CDs, viagens em vez de carros etc.

Por que a economia colaborativa é tendência mundial?

Como dissemos, são vários os motivos pelos quais o consumo desenfreado e inconsciente está diminuindo no mundo.

A Sustentabilidade

A preocupação com a natureza e com o planeta Terra é uma das principais razões por trás do consumo compartilhado. Quanto menor a aquisição de novos produtos, menos extração de recursos naturais e menos lixo acumulado.

Uma Geração Menos Ligada à Posse

As gerações atuais estão menos ligadas à posse e mais conectadas com as experiências de vida. Comprar um carro é visto como menos vantajoso do que pegar uma carona e conhecer pessoas novas, por exemplo.

As Novas Tecnologias

A Internet e a tecnologia eletrônica abriu o leque para muitas novas possibilidades. Filmes na rede, dispositivos de leitura que comportam milhares de livros digitais, músicas na nuvem, aplicativos de trocas e compartilhamentos, redes sociais que criam comunidades e facilitam a comunicação etc.

Tudo isso reduz a necessidade e quantidade de objetos, além de conectar as pessoas muito mais facilmente.

Exemplos de consumos colaborativos ou compartilhados?

  • Hospedagem

Existem atualmente diversas opções além dos tradicionais hotéis e pousadas para quem deseja uma acomodação durante viagens.

O Airbnb é uma das plataformas mais conhecidas, em que as pessoas disponibilizam sua casa ou um quarto para aluguel por determinados períodos, mas existem várias outras opções no mercado.

  • Viagens e caronas

O Uber é com certeza um dos apps mais conhecidos nesta categoria, possibilitando que motoristas registrem-se e usem seu próprio carro para transportar as pessoas, desde que cumpridas determinadas exigências da empresa.

Além disso, há também plataformas de caronas, inclusive de longa distância, como o BlaBlaCar, que conecta pessoas que desejam dividir os custos de um trajeto.

Bicicletas compartilhadas também são uma nova tendência urbana e podem substituir transportes públicos ou carros próprios.

  • Trocas, doações e compartilhamentos

São vários os aplicativos, sites e iniciativas que conectam as pessoas e permitem que elas possam descobrir as necessidades umas das outras e se ajudar.

BemComum, por exemplo, é um site em que é possível publicar seus produtos ou serviços e negociar com outros usuários.

  • Bens imateriais

Existem algumas iniciativas que promovem a troca de bens imateriais, como tempo e conhecimento. O Bliive propõe que as pessoas ofereçam seu tempo e suas habilidades, por exemplo, uma hora de aula de inglês, e, em troca, ganhem pontos na plataforma que podem ser trocados por uma outra experiência oferecida no programa.

  • Comunidade

E, claro, além de todos esses programas, projetos e aplicativos, existem também outras formas de consumo compartilhado que não dependem necessariamente da tecnologia.

É o caso de refeições comunitárias, por exemplo, que podem ser feitas periodicamente entre amigos, familiares e vizinhos; pessoas que se juntam para dividir moradia; eventos e projetos realizados com a colaboração de colegas; cursos e oficinas de artesanato com reciclagem etc. Um espaço muito interessante.

Existem inúmeras formas de praticar o consumo compartilhado e muitas tantas ainda para surgir. Só depende de cada um ter consciência do que compram, da real necessidade de adquirir produtos e da vontade de criar um mundo diferente.

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ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!