Conecte-se com você

Você se sente ligado às coisas que você faz? Sente-se conectado com as pessoas à sua volta? E com você mesmo?

A Revolução Artesanal acredita na importância de focarmos em nós mesmos, pois essa é chave para criar e desfazer laços, entrar em sintonia com o planeta e seres que nele habitam além de viver o presente.

Menos autômato, mais autêntico

Na correria do dia a dia, no meio de tantos afazeres, é comum entrar no modo “piloto automático” e nem perceber o que se está fazendo, comendo ou sentindo. Isso é muito comum quando fazemos algo repetitivamente.

Ter uma rotina pode ser importante para dar estabilidade, otimizar o tempo e organizar suas atividades, porém ela pode se tornar uma prisão se não for tratada com carinho, atenção e flexibilidade.

Por exemplo, vamos imaginar que você acorda todos os dias na mesma hora, prepara o café da manhã e sai para o trabalho.

Você sai para o almoço com alguns colegas, volta a trabalhar, faz uma aula de yoga e, depois disso, decide a melhor forma de aproveitar o momento.

Essa sequência permite que você cumpra os compromissos que você firmou com você mesmo e com outras pessoas. Há um padrão na sua rotina, porém ele não é rígido.

Você observa as peculiaridades de cada dia e aprende com elas, estando aberto e disposto para fazer mudanças. Ela é uma rotina autêntica, sua, preparada para o seu bem-estar, respeitando seu tempo, seu corpo e suas necessidades.

Por outro lado, se você tem a mesma rotina, mas a obedece cegamente, os dias acabam passando sem que você absorva nada deles.

Você acorda, mas não percebe que o dia está nublado, diferentemente de ontem; prepara o mesmo café da manhã, sem nem perceber que já não sente prazer em comer aquilo; conversa com os colegas no almoço sobre os mesmos assunto, sem prestar atenção às suas respostas ou às deles.

Assim, você acaba se distanciando de você mesmo (e dos outros). Sua própria relação com os ciclos da Terra fica fragilizada.

Sua conexão com seu corpo fica impactada – o que pode levar a doenças. Sua ligação com seus sentimentos e pensamentos diminui.

Por isso, é importante lembrar que você é único e merece expressar sua essência. Aprender, ensinar, sentir, ouvir, pensar, se conhecer, sofrer, superar, conquistar…

Tudo isso faz parte da vida, do seu propósito e da sua experiência no agora.

O fazer manual como meio de conexão

O fazer manual é uma das formas de conexão consigo mesmo. Criar algo com as próprias mãos envolve todo o seu ser e em contato com a sabedoria daquela matéria.

Ao escolher o que será produzido, pegar nos materiais, movimentar seu corpo, tomar decisões e realizar ações. Percebemos o que estamos tocando, a relação que existe entre você, a matéria e o vir a ser da peça final.

Um processo que ao deixarmos nos levar pelo desconhecido, nos permitimos surpreender com a forma final.

Se decidir fazer um bordado. por exemplo, a escolha das cores já o leva a refletir quais delas você mais gosta. O desenho que você seleciona pode levá-lo a uma memória ou a sentimentos guardados.

Todo o processo ensina muito sobre você mesmo, além de ancorá-lo no momento presente.

Para se aprofundar e se inspirar nesse tema, recomendamos a leitura dos nossos posts Autoconhecimento e conexão interna e O sentimento de autoria através do fazer manual.

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ARTESANAL - MANIFESTO

As mãos como ponte dos afetos de dentro para fora
dão forma ao pensamento, à singular expressão.

O artesanal mobiliza o que há de mais humano em nós:
imaginar, criar e fazer,
dar sentido às emoções, memórias, relações,
dar formas, cores, sabores, funções,
dar movimento e beleza.

Nosso ativismo artesanal acontece no “fazendo”:
no olhar sobre e para o mundo,
na escolha de como consumimos e ocupamos o mundo,
na valorização do pequeno, do local e do autoral,
no manejo do corpo com as ferramentas e os materiais,
no aprendizado com o erro, a repetição e o tempo do fazer,
no contato com a natureza e nossas raízes artesãs.

É no “fazendo” que nos colocamos
corajosamente em atrito com o nosso fazer;
é no “fazendo” que transformamos
as coisas, a nós mesmos e o mundo para,
aos poucos,
reacender a sabedoria que está dentro de nós,
de cada um de nós,
de nossa ancestralidade e
do que queremos criar com sentido neste mundo.

Por um mundo feito à mão, um mundo feito por nós!